Cacau, Notícia

Produção sustentável de cacau passa pelo empreendedorismo

Durante a 8ª edição do Chocoa em Amsterdã, a Solidaridad Brasil marcou presença no painel que debateu a capacidade empreendedora de produtores de cacau

Entre os dias 19 e 23 de fevereiro, o Chocoa, um dos maiores eventos mundiais da cadeia de cacau, reuniu em Amsterdã, nos Países Baixos, produtoras e produtores rurais, representantes das indústrias e organizações da sociedade civil para trocarem experiências de produção sustentável. A Coordenadora de Projetos da Solidaridad Brasil, Mariana Pereira, e o responsável pelo programa de cacau da Solidaridad Gana, Winston Asante, participaram como palestrantes do painel sobre empreendedorismo agrícola, dentro da programação oficial do evento. Eles compartilharam experiências e debateram soluções para melhorar as condições de trabalho e renda de pequenas e pequenos agricultores.

Para garantir a sustentabilidade da produção e preços mais justos, os produtores dependem de um ecossistema saudável, bem como de boas práticas de gestão. Nesse sentido, o acesso à assistência técnica é fundamental para que possam ter acesso ao conhecimento e desenvolver o empreendedorismo. “Em Gana estamos trabalhando duramente na capacitação e conscientização para que os agricultores possam atingir todo o seu potencial”, observou Winston.

Winston e Mariana enfatizaram o papel da diversificação de cultivo na geração de renda d@s produtor@s

Coordenadora do projeto Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia, promovido pela Solidaridad Brasil desde 2015 no assentamento rural Tuerê, em Novo Repartimento, no Pará, Mariana Pereira comentou que são muitas as barreiras em infraestrutura enfrentadas para a produção de cacau na Amazônia. “A falta de acesso a assistência técnica, logística e conhecimento impede que os produtores façam um planejamento, entendam seus custos e possam implementar boas práticas de produção”, disse.

Ela acrescentou que a integração das lavouras de cacau com a pecuária sustentável está sendo adotada como forma de enfrentar os obstáculos. “Isso implica em mais fontes de renda e segurança alimentar para os agricultores. Com os novos modelos de diversificação e o aumento da qualidade do cacau, muitos podem vender seu cacau a um preço até quatro vezes maior dos praticados no mercado”, disse.

MERCADO BEAN-TO-BAR

Um exemplo do resultado na melhoria das amêndoas é a parceria da Solidaridad Brasil com a Casa Lasevicius, que compra amêndoas d@s produtor@s beneficiários do projeto para produção de chocolates bean-to-bar (do grão à barra, na tradução livre). Neste mercado de chocolates finos, o Terruá Tuerê vem se tornando referência pela excelência do cacau. A chegada d@s produtor@s a este nicho tem trazido também visibilidade a suas histórias, inclusive com participação no Salão de Chocolate de Paris.

Referência em qualidade e sabor, os chocolates da Casa Lasevicius ganharam destaque no Chocoa

Em Gana, a Solidaridad vem fortalecendo as estruturas comunitárias de governança florestal e trabalhando para fornecer evidências que garantam a segurança da propriedade e o registro de árvores plantadas. Por meio da articulação e incidência política – em parceria com outras organizações da sociedade civil –, a Solidaridad busca influenciar as políticas públicas e revisar a legislação em torno da propriedade de cacaueiros no país.

O Chocoa acontece anualmente em Amsterdã e reúne todos os atores da cadeia do cacau e do chocolate. O objetivo do evento é contribuir para a sustentabilidade de toda a cadeia, aumentando a produção e o consumo de cacau e chocolate sustentáveis.

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